terça-feira, 2 de junho de 2009

[um tempo sem postar. nao sei porque mas senti vontade agora...]

Certa vez uma amiga me perguntou como se desapaixonava por alguém. Ela era comprometida há um bom tempo, e o amava verdadeiramente porém havia se encantado pelas virtudes de outra pessoa. Enquanto ouvia seu pranto em meus braços, mergulhei em minhas memórias a procurar uma resposta para uma pergunta nunca antes me feita. Lembrei-me que muitas vezes me apaixonei e desapaixonei, porém tudo aconteceu tão naturalmente que nunca havia parado para pensar em como aquele processo se dava. Haveria uma fórmula para quebrar o encanto de duas pessoas, como nos contos de fadas? Parte-se do princípio que paixão é um sentimento instável, as pessoas criam uma imagem da outra que enquanto durar, elas a terão como perfeita. Entretanto, esse sentimento acaba assim que a imagem se quebrar. Então aí estaria a resposta: é necessário quebrar a imagem de que o ser iluminado, perfeito, é realmente como se imagina. A resposta já estava pronta para sair de meus lábios quando me dei conta que não é tão fácil quanto parece. Quando se está apaixonado, só se vê qualidades, e por mais que outros possam dizer que não, nossos olhos somente enxergam a luz que emana do ser em questão. Minhas idéias vagavam entre uma explicação mais ilógica que a outra. Enfim olhei para ela, ainda em prantos por achar que não mais é digna da confiança de seu parceiro, e com a mais doce voz disse que não sabia na verdade como isso era possível. Meu coração palpitava também por uma resposta. “Deve haver um jeito”. Sabia que ela amava seu parceiro pois amar é querer estar junto mesmo quando a irreal imagem da perfeição se quebra. Então, o que fazer com o outro ser, tão belo, que lhe dava tanta alegria e conforto, que apareceu em sua vida e poderia desaparecer da mesma forma? Esperar. Há tempo para tudo debaixo do céu.

[baseado em fatos reais... por Juliana Castro]